Tuesday, March 23, 2010

23.03.2010

Minha terra, agora, é feita de gelo puro. E as coisas vivas e bonitas dormem a esperar. Eu esperei por tanto tempo, uma vida de um ano de espera por vir, mas finalmente aqui estou. Mas estar é verbo, é sentimento e é coisa concreta e física. E digamos que meu estar era só fisico e verbal até então. Sinto um estar com ares de sentimento novo com cheiro de brisa mansa e gostosa de primavera e me sinto definitivamente aqui. Depois de esperar, vir e estar, eu acho que finalmente eu posso ir de novo, não, eu não acho, eu me certifico, eu devo ir de novo, e vou.
Vou colocar meu barquinho de novo no rio, que agora ja mostra suas águas voltando a vida, descongeladas pouco a pouco pelo sol brilhante e teimoso que se apresenta neste início de primavera. O rio se faz água e ela se faz corredeira, corredeira mansa que leva meu barquinho aos poucos, até ele tomar força e seguir seu rumo. Rumo acompanhado e feliz, mesmo que ele tenha uma rota solitaria a cumprir.

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