Friday, November 28, 2008

comme les enfants

o dia em casa
sem trabalho
mas a cabeça trabalhava muito
naquele ritmo que é mais rapido do que o do teu corpo
eu continuava a tricotar

acordei de sobressalto com o cheiro de torradas
subi mais uma vez as escadas do porao
tomei meu café, e troquei o açucar branco do meu cereal
pelo açucar amarelo
e descobri um sabor diferente

precisava desenhar
ideias
criatividade media
mas ideias
estava cansado dos papeis
e com um conselho de uma noite de verao na cabeça
pintar a neve

abri a primeira porta da direita do armario do alto
e encontrei os quatro corantes alimentares da familia
corantes nao sao tao dificeis de se achar aqui no canada
e sai
na neve
de pijama
e allstar
e pintei minhas pegadas
uma a uma
como quem colori os passos brancos
perdidos em meio a o universo sem cor do inverno
e marquei
talvez por uma ou duas horas
ou até a proxima neve chegar
marquei onde pisei
como quem se recorda dos dias de gloria que passei depois que consegui enfim atravessar o arco ires, esse chamado linha do equador.
e agora me recordo contente na minha tristesa, passageira, de quando o sol se punha lento, e o aviao fazia a linha branca esfumaçada no céu.
fotografei
e deixei a fotocopiadora imprimir sua propria cartela de cores
revelandos eu ponto de vista literal daquilo que fiz.
voltei
sorri. pensei em nao sorrir por hoje.
mas é inevitavel.
meu cachecol esta praticamente pronto.

Tuesday, November 25, 2008

tricot

descobri o tricot como quem descobre um novo paìs
ou melhor, como quem desobcre um novo chocolate no super mercado, isso aquela da sua marca favorita e cheio de nozes e frutas cristalizadas que nem se gosta
hummm

o tricot veio como um calmante natural, segue a dica que minha mae sempre falava a mesma coisa mas enfim.
descobri ele essa semana
entre o entrelaçar lento e desajeitadissimo dos fios
o tempo passa
e alguma coisa se constroi
porque o tricot nao veio como um mero passatempo
ele chegou aqui como uma forma de construçao manual, lenta e pensada
pro cachecol que vai esquentar meu peito, enquanto a neve teima em nao derreter

Monday, November 17, 2008

a marcha pros dias de gloria

pé apos pé
assim começa a marcha
o som dos tambores no fundo
esses iniciam com um toque

em seguida vem a passagem lenta de tudo aquilo que tu sentiu
porque na marcha da gloria primeiro se anda para tras
um relembrar
consecutivo
tu vai catando uma a uma as lembrancinhas do bau
passo a passo
e vendo o suceder de cada rejunte do cimento da calçada
so que de tras para frente
um
a
um

depois que tu junta tudo da caixinha
reorganiza
acaba por sobrar espaço
o espaço pro espaço novo que tu vai ver
naquela cidade das esmeraldas que esta proxima
uns 28 dias a pé
mas
parar é impossivel
porque tu vive desse expectativar
é teu ar
e segue em frente sem perceber
destraindo a visao com teus sonhos
os sonhos com os dias dourados
com o toque de maos suaves
com todas as arvores sem folhas, silenciando o que esta dentro, novo, por vir
e com o resplandecer de todos esses cristais ai, no teu peito

Saturday, November 15, 2008

dis-a-ppe-ar

o novo dia começa quando sol se vai
o inicio daqueles novos dias, vem com o crepusculo

antes disso talve

mas o antes pra mim soa mais como uma preparaçao
o escutar 12 vezes a mesma musica
se preencher com as batidas
cortando as partes que nao importam mais com o som afiado das guitarras

entao digo que fui aparado
e preenchido ao mesmo tempo


na noite, eu nao sigo mais reto até o fim da avenida principal
mas dobro a direita antes do meio
depois a esquerda
e a direita de novo
de novo
novo
em direçao ao novo

e ele é tao pequeno
mais um pequeno tao cheio de tantas coisas
que teu olhar se perde na imensidao das imagens que teimam em se projetar na tua frente
nas costas
e daquele lado ali
perto da porta
na primeira mesa
na primeira cadeira
na primeira noite do resto dos teus novos dias

e ai, descobre quantas ovelhas cabem dentro da tua caixinha
e tambem percebe o quanto apertado era o grande espaço que tu frequentava antes
um apertado nao repleto de pessoas
um apertado cheio de vazio

bebo minha cerveja de apricot
transformo minhas pernas em uma bateria, acompanhando o som da casa
faço uma pergunta a um desconhecido, com medo confesso, mas faço

porque prefiro cicatrizar o passado em mim
do que plastificar minha verdade com qualquer botox

Friday, November 14, 2008

azul saturado

acordei por volta das 04:36 da manha hoje
depois de voltar de um passeio noturno com meus amigos indigenas
voltei
fatigado
e pensando que minha orelha esquerda estivesse morta
morta do frio de -5
mas nao, ela nao congelou

entro em casa
sonos
fomes e tudo o que vem depois que a gente bebe algumas cervejas

trouxe tudo comigo

e tudo foi pra cama comigo<

mas logo
foram embora e eu fiquei sozinho
acordei sozinho no meio da noite
sozinho eu
e uma luz
uma luz que adentra a janela do meu quarto
logo a janela do porao
sera dia?
nao...

demoro a entender
mas penso rapido em todas as possibilidades
tambem nao é um OVNI

é a neve
ela que chegou calada
no fim da noite
e se depoisintou lentamente no quintal
parecia mais o final de uma guerra de travesseiros

o frio nao era mais o mesmo

fazia -2
e a vontade de sair e rolar sobre as plumas brancas cobertas com o gelo das nuvens
das nuvens frias
as mesmas que deitaram comigo na cama
mas encontraram um refugio mais agradavel
no céu.

Monday, November 10, 2008

rapido

o que fazer ?
ok vou tentar domir mais cedo
e recuperar tantas horas de sono que fazem uma baita falta

nao consigo

pensamentos viajam
possibilidades se criam e a cama acaba sendo deixada ali
de lado
com tantas roupas que precisam ser lavadas qualquer dia

no dicionario de frances um numero

que eu anotei a 1 mes atras quando sem querer
encontro
na esquina da rua que passa atras do place de ville uma brasileira
ellen


vivi aqui
esqueci
porque sabe la deus, o motivo de eu nao ter utilizado o dicionario nesse tempo todo
mas hoje me recorreu
café
tim hortons
ellen

ok vamos
e fomos
e sabe aquela coisa toda de novidade
falar por pouco tempo s
ei la, umas 2 horas
mas falar com uma intensidade
uma rapides meio que incontrolavel
um desenfrear de silabas, de palavras novas
encontro de sutaques
e um encontro bom

foi e foi e foi, o tempo de falar
e de pensar que tanto tempo ja se passou
e foi tao
tao....
assim
TLAC

que logo se pega o caminho de volta
e vai parecer uma noite de inverno em que tu ficou a té mais tarde no telefone com teus amigos
e quando viu
amanhaceu
e
TLAC
o sono vem e tu dorme
e quando acorda, isso se tu realmente dormir
percebe
o quao rapido é o ciclo vivo das coisas
e o quanto é bom falar rapido assim


depois tu so aperta o botao da maquina e lava as meias e cuecas
dai vai pra cama e aproveita as 3 horas que sobraram

Saturday, November 8, 2008

vetements ou garbage

qual a diferença entre um saco preto de lixo e um casaco incrivel
talvez ponto de vista

nada de novo
herchcovitch mostrou essa falsa novidade a algumas coleçoes atras
mas ok

mostrar que polock é arte tambem é complicado
sempre vai ter alguem que vai ver lixo naquilo que tu ve um mundo
o teu mundo
porqu as realidades sao diferentes

automaticamente quando se nasce tambem é depositado em ti uma carga de coisas que te acompanham pra sempre
algumas definitivas
essas definem
definem se tu dobra a esquerda ou a direita naquela esquina ali
ou se tu vai preferir nescal quente ou frio
a coisa da criaçao e da personalidade

a diferença
a sutil diferença
essa deve ser respeitada
nunca jogue o biscoito do teu colguinha no chao so porque é de morango e teu favorito é de chocolate
falta de respeito + burrice
mas ok
outro mundo
e mesmo ele faltando com aquilo que tu tanto aprecia, tua individualidade de pensamento
para e vê
que a vida ta tao perto e de uma forma tao inespressiva a tantos...
e adentra na pequena casa que se cria a partir da cegueira alheia
adentra no teu saco de lixo
e vive
enquanto a policia faz o trabalho dela

Friday, November 7, 2008

teoria do objeto

apos o bar mascava eu um chiclete sabor canela
uma obseçao desde criança
desde a época que eu nao suportava o sabor ardido da canela, mas mesmo assim comprava comia e jogava fora em questao de segundos
agora nao
ele até fica por mais tempo na minha boca

mas
eu cuspi e ele encontrou uma calça
que fazia frente com uma revenda de carros na avenida principal de sept iles
e eu fui
ele nao
ele ficou ali
parado
enquanto contava meus passos e sentia as vibraçoes do meu distanciar

com o tmpo ele perdeu a cor
o sabor
e sumiu
e eu continuei a marchar

teoria do abjeto
eu me senti culpado e com pena do chiclete
mas ok

Monday, November 3, 2008

La première neige de ma vie

novembro começa...

mas sem aquele tipico sol
e sem tantas nuances de verde

as cores todas aqui foram sobrepostas pelo branco
uma saturaçao bonita de se ver
ainda mais quando ela é vista pela primeira vez

e mais
quando ela é a primeira coisa que tu ve no teu dia

de sobressalto subo as escadas do porao
enquanto olho pelas venezianas, como em uma fabula, nascer o inverno,
nao oficialmente,
porque esse é mais pra frente
mas o inverno dentro de mim
aquele com que sonhei por tantos veroes
enquanto via os filmes de papai noel
ou tocava a neve artificial da decoraçao e tentava, na imaginaçao, sentir o frio glacial

agora aqui
ela acontece
é real
e ao contrario dos sonhos, é ela quem me toca

espio pelo canto esquerdo da janela da cozinha, me pergunto:

- quem esta sentado sobre o telhado triturando todo esse isopor?

Saturday, November 1, 2008

le clandestein







halloween sem som de ra

sabe como tu descobre que tem vida nas casas em volta da tua
na noite de halloween
perambulando pelo bairro
batendo de porta em porta e recolhendo doces
enquanto tu espera por aquilo que vai ser depozitado an tua bolsa
espia dicretamente por entre a fresta entreaberta da maison
e ve
que eles comem como você
que a sala a parecida
a cozinha tem aquele mesmo fogao
e o aroma que tu sente tambem é formado pelos mesmo temperos que vem prontos do wall mart

tu percebe que existe vida do lado de ti
mas que nao necessariamente precisava colocar teus olhos ali pra descobrir
porque o que esta do lado de fora é praticamente igual ao que esta aqui dentro
dentro da tua familia de acolhida

e dentro de ti
no halloween tu percebe que pode colocar pra fora
a coisa do unica que tu sente
o travestir de pensamentos agora concretizados na tua costume
vem
a miss
o grande passaro azul
o david
e muitos zumbis
e outros tantos parecidos


uma plurarizaçao desnecessaria mas nem por isso falsa